Alteio fogo
enleio, rogo
peço e me despeço
de ti
não que seja
assim tão fácil
é que não sei
ser de ninguém
e fico sempre
sozinho
doente
carente
no fim.
Não te quero
pra mim
mas estejas sempre
comigo
amigo
carinho
abrigo
abraço
essas coisas
ternas
eternas
paixão é jardim,
jasmim, rosas,
perfume
que viram
cactos
sempre apenas
sempre
me pegue
leve pela mão que
eu apenasmente
Eu te serei
terça-feira, maio 29, 2007
XXX
Silêncio... não quero nada senão
Silêncio. Não há nada o que falar,
Não há nada que se possa explicar.
Tudo me é tão pouco, pequeno e vão.
Falar pra quê? silêncio pra mim basta.
Não há o que uma palavra possa
Dizer, querer que tudo seja bossa,
Enquanto tudo o que vejo se gasta.
Desejo, sim, estar sozinho ao léu,
E ouvindo o silêncio que ressoa,
Mudo assim como as estrelas no céu,
Admirar a vida que se escoa
Paulatinamente por entre os dedos,
Pele, olhos, dentes, insanos medos.
Silêncio. Não há nada o que falar,
Não há nada que se possa explicar.
Tudo me é tão pouco, pequeno e vão.
Falar pra quê? silêncio pra mim basta.
Não há o que uma palavra possa
Dizer, querer que tudo seja bossa,
Enquanto tudo o que vejo se gasta.
Desejo, sim, estar sozinho ao léu,
E ouvindo o silêncio que ressoa,
Mudo assim como as estrelas no céu,
Admirar a vida que se escoa
Paulatinamente por entre os dedos,
Pele, olhos, dentes, insanos medos.
sexta-feira, maio 25, 2007
segunda-feira, maio 21, 2007
quinta-feira, maio 17, 2007
XXVI
Vim do nada e pro nada voltarei?
Fiz desse lugar a minha morada,
Nele vivi, sofri e também sonhei...
Agora só serei silêncio, nada?
Por toda eternidade dormirei?
Ou novamente serei despertado?
E despertado outra vez eu verei
Meu corpo aos poucos sendo exterminado?
Se são infinitos o tempo e o universo,
Por que eu também não poderei ser
Se eu estou neles todo o tempo imerso?
(Por que a incerteza desse viver
Nos oprime a fazer tantas perguntas?)
A vida e a morte andam sempre juntas?
Fiz desse lugar a minha morada,
Nele vivi, sofri e também sonhei...
Agora só serei silêncio, nada?
Por toda eternidade dormirei?
Ou novamente serei despertado?
E despertado outra vez eu verei
Meu corpo aos poucos sendo exterminado?
Se são infinitos o tempo e o universo,
Por que eu também não poderei ser
Se eu estou neles todo o tempo imerso?
(Por que a incerteza desse viver
Nos oprime a fazer tantas perguntas?)
A vida e a morte andam sempre juntas?
quarta-feira, maio 16, 2007
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso metafísica
Nem medo da morte
Eu vim do barro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso rotina,
Buzina, semáforo,
Nem mesmo quero carro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso copo vazio
Nem vinho caro
Não quero sarro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso dinheiro
Nem músculos inteiros
Eu escarro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso estudo
Não preciso canudo
Não preciso cultura
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso companhia
Não preciso direção
Não preciso contra-mão
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso dia-a-dia
Não preciso tristeza
Nem angústia
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Olhando pro negrume
Infinito do
Céu claro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso metafísica
Nem medo da morte
Eu vim do barro
Tudo que eu é preciso é
De um cigarro...
...
De um cigarro...
Não preciso metafísica
Nem medo da morte
Eu vim do barro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso rotina,
Buzina, semáforo,
Nem mesmo quero carro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso copo vazio
Nem vinho caro
Não quero sarro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso dinheiro
Nem músculos inteiros
Eu escarro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso estudo
Não preciso canudo
Não preciso cultura
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso companhia
Não preciso direção
Não preciso contra-mão
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso dia-a-dia
Não preciso tristeza
Nem angústia
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Olhando pro negrume
Infinito do
Céu claro
Tudo que eu preciso é
De um cigarro...
Não preciso metafísica
Nem medo da morte
Eu vim do barro
Tudo que eu é preciso é
De um cigarro...
...
sexta-feira, maio 11, 2007
Literatura de cordel
Na minha rua
A moça enfeitada
Bonita e cheirosa
De pele fogosa
E bem hidratada
Está no jardim
Cuidando das flores
Pensando em amores
Cheirando jasmim
E passa um mendigo
Cheinho de fome
Quase que ele some
Virado em umbigo
O rosto chupado
O corpo esguio
Está por um fio
À vida ligado
O mendigo triste
A olha do muro:
"Tu tem um pão duro
Ou mesmo um alpiste?
Nessa situação
Não tenho nariz
Me sinto feliz
Até com ração"
A moça bem braba
O olha com nojo:
"Tu aqui de novo
Na minha calçada?
Será que não é
Possível viver
Sem a choldra ter
Pegando em meu pé?"
Ele sai sem jeito
Sem nenhum rugido
Um choro contido
Um soco no peito
O sol bate forte
Na sua moleira
Não há o que mais queira
Do que a própria morte
Sentado na praça
Com os olhos molhados
Com dois namorados
Olhando a desgraça
A lágrima escorre
Lavando seu rosto
Ele está disposto
Suspira então morre
E a moça bonita
Já livre do fardo
Vai até seu quarto
Coloca uma fita
Um batom vermelho
Ela é engraçadinha
Fazendo boquinha
Diante do espelho
Na minha rua
A moça enfeitada
Bonita e cheirosa
De pele fogosa
E bem hidratada
Está no jardim
Cuidando das flores
Pensando em amores
Cheirando jasmim
E passa um mendigo
Cheinho de fome
Quase que ele some
Virado em umbigo
O rosto chupado
O corpo esguio
Está por um fio
À vida ligado
O mendigo triste
A olha do muro:
"Tu tem um pão duro
Ou mesmo um alpiste?
Nessa situação
Não tenho nariz
Me sinto feliz
Até com ração"
A moça bem braba
O olha com nojo:
"Tu aqui de novo
Na minha calçada?
Será que não é
Possível viver
Sem a choldra ter
Pegando em meu pé?"
Ele sai sem jeito
Sem nenhum rugido
Um choro contido
Um soco no peito
O sol bate forte
Na sua moleira
Não há o que mais queira
Do que a própria morte
Sentado na praça
Com os olhos molhados
Com dois namorados
Olhando a desgraça
A lágrima escorre
Lavando seu rosto
Ele está disposto
Suspira então morre
E a moça bonita
Já livre do fardo
Vai até seu quarto
Coloca uma fita
Um batom vermelho
Ela é engraçadinha
Fazendo boquinha
Diante do espelho
quinta-feira, maio 10, 2007
XXV
A dor que sinto não cabe num verso,
Não cabe nas palavras que eu escrevo,
Porém mesmo assim eu sempre me atrevo
Tentar expressar o meu universo.
Ah! Tristeza que estou sempre levando...
Inefável sofrimento que espera
Contido na garganta e desespera
Pobre em poesia no caderno em branco.
Ânsia de falar! Ânsia de gritar!
Desejo de expressar tudo o que sinto...
Tudo que está escondido e que minto,
Que sufoca em meu peito a soluçar
Num verso imensamente belo e triste:
Verso que talvez nem sequer existe.
Não cabe nas palavras que eu escrevo,
Porém mesmo assim eu sempre me atrevo
Tentar expressar o meu universo.
Ah! Tristeza que estou sempre levando...
Inefável sofrimento que espera
Contido na garganta e desespera
Pobre em poesia no caderno em branco.
Ânsia de falar! Ânsia de gritar!
Desejo de expressar tudo o que sinto...
Tudo que está escondido e que minto,
Que sufoca em meu peito a soluçar
Num verso imensamente belo e triste:
Verso que talvez nem sequer existe.
segunda-feira, maio 07, 2007
XXIV
Uma dor infinda trago em meu peito
E que sufoca um grito na garganta,
Uma dor que se avizinha e levanta
Roxos de sofrimento no meu leito.
Dor que se alojou e que não tem jeito
De arrancá-la, porque ela se agiganta,
Forma raízes tao fortes, com tanta
Vontade, que eu já sem forças a aceito.
Aceito, e a tristeza me consome
A vida. Meus negros olhos não mais
Sabem chorar - são secos de tormento!
Ah! Intangível e torpe sofrimento!
Me sinto o sol que triste a noite traz,
Que no horizonte azul aos poucos some.
E que sufoca um grito na garganta,
Uma dor que se avizinha e levanta
Roxos de sofrimento no meu leito.
Dor que se alojou e que não tem jeito
De arrancá-la, porque ela se agiganta,
Forma raízes tao fortes, com tanta
Vontade, que eu já sem forças a aceito.
Aceito, e a tristeza me consome
A vida. Meus negros olhos não mais
Sabem chorar - são secos de tormento!
Ah! Intangível e torpe sofrimento!
Me sinto o sol que triste a noite traz,
Que no horizonte azul aos poucos some.
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