terça-feira, fevereiro 20, 2007

VII

À Cristiane Bottega

Olhou para baixo e viu crianças com fome
Indiferente, agiu como se nada visse
Deus de ombros, recolheu-se, espriguiçou-se e disse:
Toda injustiça e dor é assunto dos homens.

De toda desgraça só faz tirar seu nome
Mas na agonia da morte, na idiotice
Da guerra, no som da metralhada, na Crise
Escuta-se a voz desse Deus que sempre some.

Morbida languidez!... Inóspita existência!...
O que pensaste ao ver a rosa de Hiroxima?
Acaso és infeliz com tua onisciência?

Misterioso protetor!... Pai de toda sina!...
Se tu és Deus do amor, da paz, de todo alento,
Por que razão criaste também sofrimento?