domingo, junho 07, 2020

LVII

Um querer que me faz tão triste assim
Uma tristeza que é sempre tão leal
Que se esconde e se mostra e é sempre igual
E que sem consentir reside em mim

E que vai e que vem: volta mortal
E que dói como um não invés do sim
E me deixa saudoso com seu fim
Pois comigo se faz tão natural

E sozinho me vou sem ter ninguém
No caminho uma luz em tom de azul
Ilumina a passagem do meu bem

Que me aquece e me esquece por prazer
Quando o corpo gelado do meu ser
Sente à espinha os ventos vindos do sul