Deixei a barba crescer
e o cabelo também.
Esqueci a monogamia
do sol e sem pensar
admirava a promiscuidade
da lua...
Minha mãe perguntava,
Cadê meu filho?
E eu respondia,
Foi plantar milho.
Ela não entendia
a resposta e eu
tampouco a pergunta.
Mas comecei a fazer poesia:
Gostava das rimas ricas
com meus cabelos emaranhados,
contava a métrica
de cada verso
no meu quarto bagunçado,
compunha sonetos
nos cigarros apagados.
Todos olhavam com
tamanha surpresa
a minha estranheza.
Perguntavam uníssono,
Cadê o Tiago?
E eu respondia,
Foi pro diabo.
Ficavam todos estupefatos,
e eu na minha estreiteza
ia pro meu quarto
compor decassílabos
sáficos.
Firmei laços com
as traças das
prateleiras e gritando
nas ruas me abalei
sem eira nem beira.
Mas quando me olhei
no espelho exclamei,
O que é isso, um eco
respondeu, É falta
de juízo.
Então cortei o cabelo,
fiz a barba,
tomei um banho,
escovei os dentes,
queimei minha poesia
de concreto.
Deixei de plantar milho
e de fazer companhia
ao diabo num estalo:
Hoje em dia tenho uma namorada,
Tenho uma reputação a zelar,
Frequento toda sexta-feira um bar,
Mas bebo pouco pra pegar a estrada.
Creio em deus, na propriedade privada
E na moral que costumam pregar.
Sei que com dois posso fazer um par
E não preciso mais saber de nada.
Minha mãe me gosta assim desse jeito,
Se orgulha de me ver ser repetido,
E agora sou um homem de respeito.
E o que num tempo eu fui, foi esquecido:
Hoje eu uso gravata, eu uso terno,
Porque hoje em dia eu me faço moderno.
e o cabelo também.
Esqueci a monogamia
do sol e sem pensar
admirava a promiscuidade
da lua...
Minha mãe perguntava,
Cadê meu filho?
E eu respondia,
Foi plantar milho.
Ela não entendia
a resposta e eu
tampouco a pergunta.
Mas comecei a fazer poesia:
Gostava das rimas ricas
com meus cabelos emaranhados,
contava a métrica
de cada verso
no meu quarto bagunçado,
compunha sonetos
nos cigarros apagados.
Todos olhavam com
tamanha surpresa
a minha estranheza.
Perguntavam uníssono,
Cadê o Tiago?
E eu respondia,
Foi pro diabo.
Ficavam todos estupefatos,
e eu na minha estreiteza
ia pro meu quarto
compor decassílabos
sáficos.
Firmei laços com
as traças das
prateleiras e gritando
nas ruas me abalei
sem eira nem beira.
Mas quando me olhei
no espelho exclamei,
O que é isso, um eco
respondeu, É falta
de juízo.
Então cortei o cabelo,
fiz a barba,
tomei um banho,
escovei os dentes,
queimei minha poesia
de concreto.
Deixei de plantar milho
e de fazer companhia
ao diabo num estalo:
Hoje em dia tenho uma namorada,
Tenho uma reputação a zelar,
Frequento toda sexta-feira um bar,
Mas bebo pouco pra pegar a estrada.
Creio em deus, na propriedade privada
E na moral que costumam pregar.
Sei que com dois posso fazer um par
E não preciso mais saber de nada.
Minha mãe me gosta assim desse jeito,
Se orgulha de me ver ser repetido,
E agora sou um homem de respeito.
E o que num tempo eu fui, foi esquecido:
Hoje eu uso gravata, eu uso terno,
Porque hoje em dia eu me faço moderno.
6 comentários:
Gostei!!!
Mas, afinal, quem é sua inspiração? ...
Estas escrevendo bem.
Sei lá começo a ler e não consigo parar até ver o ponto final!!
Gostaria de ter escrivinhado esse poema.
moderno. boa fachada.
moderno, boa fachada....
hahahahaha,
pior que pseudo-intelectuais são os maus leitores. Credo, tchê!
e esse povo ainda diz que gosta de literatura. "Ket", isso é no mínimo uma peça digna de premiação.
Belíssimo!
tchê, ADOREI mesmo!
um super beijo...
Quem diria que um ser humano com essa cara de ....Tacho, pudesse fazer algo tão belo!
Tirei meu chapéu, tu é o cara!
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