sexta-feira, julho 20, 2007

XLVIII

Morri. Encontrei o fim desta lida.
Sou pó, sou cinza, sou vento, sou nada,
Sou uma reles carta descartada
Do baralho intangível dessa vida.

Sou a ruína sempre incompreendida
Longe do corpo que me deu morada,
Sou a eterna vida rotulada
Na eternidade do vácuo esvaecida.

Sou todo o silêncio da escuridão
Que ressoa da morte do universo
Que outrora me deu da vida a centelha,

Sou a parte cabal dessa união:
Do grande nada a que estamos imerso,
Da infinita cala que nos espelha.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sou suspeita para falar... Adorei
Gabi Schwingel

Guilherme-Floco disse...

Belo soneto, mas creio que a grafia correta seria "centelha".

Eider Cruz disse...

Que bom que gostou.

Já foi corrigido o erro.
Valeu!