terça-feira, março 18, 2008

Quantas vezes a ti mesmo negaste
na angústia de caminhar em vão?
Quantas vezes a esmo caminhaste
com teu companheiro a te negar um pão?

Tuas botas sem meia, teus panos em traste,
tua boca sedenta de uma oração.
A ave-maria aparece covarde
no pulso ferido do teu irmão.

Revoltas revolto nos teus espelhos
os olhos latentes mirados pro chão.
Tua força não leva mais o signo vermelho,
nem martelo nem foice o teu brasão.

O sonho perdido não tem cor.
A juventude derrotada não tem símbolo.
Não tem estandarte o fim do amor.
Não tem nome o que jaz no limbo.

2 comentários:

Ket disse...

Quantas vezes a ti mesmo negaste. É linda a tua poesia.

Ket disse...

Revoltas revolto nos teus espelhos
os olhos latentes mirados pro chão.
Tua força não leva mais o signo vermelho,
nem martelo nem foice o teu brasão.

Que estrofe!!