Quero, sim, teus beijos de turmalina
Com gosto mágico de chocolate
Quero molhado, quero de verdade
Tua boca confundida com a minha.
Quero sem pressa, bem devagarinho
Aproveitar a sombra desses plátanos
Beijar tua boca, mordendo teus lábios,
Falar ao teu ouvido bem baixinho:
"Queira-me como jamais quis ninguém
Pois te quero minha, só minha,
Fazer que tu te sintas muito além
Do pudor, da falsa moral, da linha
Que a tua cabeça ainda mantém
E tirar com os dentes tua calcinha."
quinta-feira, março 29, 2007
terça-feira, março 20, 2007
XI
A Daniel Ramos - Pelo seu aniversário
Vai-se um ano, vão-se dois, vão-se trinta;
Vai-se o tempo, vai-se a vida, os amores;
Como trovão, vai-se o choro e as dores;
Tudo muda tal descascada tinta.
Vai-se um ano, vão-se dois, vão-se trinta;
Vai-se o sol, a chuva e também as flores;
Não importa o caminho por qual fores
Jamais encontrarás algo que não finda...
Vai-se um ano, vão-se dois, vão-se trinta;
Fica-se o fel dos inúmeros medos
Que a vida nos insiste em colocar!
Mas os medos convertem-se em segredos
E apenas num simples pestanejar
Vai-se um ano, vão-se dois, vão-se trinta...
sábado, março 17, 2007
X
Foste tenaz quimera cor do sol,
Foste luz mesmo sendo escuridão;
Feérica, roubou-me a ilusão
De um dia poder ser o pôr-do-sol.
Foste negra quando eras arrebol,
Deste amigos mas me eras solidão;
Onírica, rasgou-me o coração
Quando quis ser mais um rouxinol...
Feriu-me como não feriu ninguém,
Fez-me acreditar que existia o bem
Quando o bem se esvaia todo em lágrima.
Deixaste-me taciturno inquieto;
Adulto já, sentindo-me um feto,
Com os sonhos sendo apenas gelo magma...
Foste luz mesmo sendo escuridão;
Feérica, roubou-me a ilusão
De um dia poder ser o pôr-do-sol.
Foste negra quando eras arrebol,
Deste amigos mas me eras solidão;
Onírica, rasgou-me o coração
Quando quis ser mais um rouxinol...
Feriu-me como não feriu ninguém,
Fez-me acreditar que existia o bem
Quando o bem se esvaia todo em lágrima.
Deixaste-me taciturno inquieto;
Adulto já, sentindo-me um feto,
Com os sonhos sendo apenas gelo magma...
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