quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Nasceu uma bela flor
num jardim habitado
pelas sombras e pelo frio.

Morreu o amor
no momento exato
que lhe foi dado o brio.

Nasceu robusta, forte
com seu pungente espinho
eriçado para frente.

Nasceu trazendo a morte
de quem sempre
viveu descrente.

Hoje ela vive altiva
na escuridão ostenta
o seu descampado.

E enquanto estiver viva
seu espinho castigará
o coração dos enamorados.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

XIX

Quando pensei que já era tarde,
Tu apareceu trazendo um novo dia,
Enchendo de calor minha noite fria,
Tornando orgulhoso o que era covarde.

Com olhos puros, sem fazer alarde,
Lânguido coração que em mim sofria
Ensimesmado em sua melancolia,
Transformou no coração que em mim arde.

E eu que sempre amei luas e estrelas
Porque acreditava na solidão
Dos astros, agora abro as janelas

E percebo que o espaço está em chamas,
Transbordando sedento de paixão.
Por saber, meu amor, que tu me amas.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Caminho em direção
ao nada do que sou
do que tu é.
Repasso quando chega
a noite, o nada
do que é o dia.
Preencho essa ausência
com a melancolia
que nos é bem comum.
Mas não paro nunca,
com a cabeça erguida
sigo em frente.
Mesmo sem saber
por que estar
por que lutar
por que vencer
por que ser
mesmo sem saber.